Atualmente, o instituto conta com cerca de 300 crianças ativas nas atividades remotas |FOTO: Katarine Almeida/PMBV |
A pandemia
de covid-19 influenciou na mudança de comportamento de diversas instituições,
que viram nas atividades remotas uma alternativa para continuarem atuando. Não
foi diferente com o Instituto Boa Vista de Música (IBVM), em parceria com a prefeitura, que mesmo com as limitações resultantes das medidas
sanitárias, encarou o desafio de continuar oferecendo à comunidade arte e
conhecimento por meio da música.
Desde o ano passado, o IBVM utiliza algumas das principais ferramentas da atualidade no que diz respeito a videoconferências – WhatsApp, Zoom e Google Meet –, para que as aulas de música seguissem de forma remota. Aliado a isso, os alunos do instituto contam com apostilas adaptadas a cada instrumento e são acompanhados constantemente pelos professores.
De acordo com o diretor musical do instituto, Beany Cabrera, cerca de 300 alunos estão ativos nas aulas remotas. “Eles não deixaram de ter aulas durante essa pandemia. Sempre são acompanhados remotamente pelos nossos professores, para que continuem desenvolvendo o talento musical através do IBVM”, disse.
Ter aulas em casa torna-se uma grande vantagem para alunos que moram distante dos polos de ensino do IBVM. Kethlen Rocha, de 17 anos, mora no bairro Jardim Tropical e estuda violão há três anos. Antes da pandemia, as aulas aconteciam no palco da Praça Aderval Ferreira, Pintolândia.
“Agora não preciso me deslocar sozinha para os lugares. Em casa posso praticar tanto as aulas de violão, quanto o repertório da Orquestra de Violões que também participo. Além de outros trabalhos dos cursos que faço”, conta.
Para o professor de violão Celso Lima, as aulas remotas demandam um maior comprometimento principalmente por parte dos alunos, que devem direcionar toda a atenção às disciplinas ensinadas e se esforçar para não perder o foco das atividades lecionadas.
“O estudante deve se acostumar com essa nova realidade e ter muito foco e organização, pois sem isso, ele pode se distrair com outras coisas em casa e não estudar deveria se estivesse numa aula presencial, onde pode ser cobrado pelo professor. Então, ele deve entender, por exemplo, que o celular é para ser utilizado naquele momento para as aulas e não para outras coisas”.
Instabilidade da conexão em Roraima é um dos desafios enfrentados
Celso Lima, em aula remota: essa instabilidade da conexão local representa um grande desafio para o funcionamento das nossas atividades |
Em contrapartida, uma das principais dificuldades enfrentadas nas atividades remotas, tanto por professores, quanto por alunos, é quanto a conexão em Roraima. É de conhecimento geral que o rompimento dos cabos de fibra ótica deixa todos os moradores à mercê. E como a maior parte das crianças e adolescentes atendidos pelos projetos sociais do IBVM são de vulnerabilidade social, isso se torna um grande problema.
“Até para
quem tem condições de pagar pela internet já é difícil ter uma conexão de
qualidade, imagina para quem não tem. Então, essa instabilidade da conexão local
representa um grande desafio para o funcionamento das nossas atividades”,
destaca Celso.
Apoio da família
Kelly Patrícia e os gêmios Pedro e Flávio: "Incentivo sempre" |
Nesse novo momento, o apoio da família é fundamental para que os novos músicos tenham um melhor aprimoramento nos estudos. É o caso dos gêmeos Pedro Lucas e Flávio Luís Rocha. Envolvidos com a música desde os oito anos, hoje, aos 17, são exímios violinistas. E isso com o incentivo da mãe, Kelly Patrícia, que em nenhum momento deixou que eles perdessem o interesse pela arte, mesmo durante a pandemia.
“Faço o possível e o impossível para conseguir algum instrumento, trocar alguma peça, quando precisa. Dou um jeitinho para comprar, mesmo com as dificuldades. E com as aulas remotas eu sempre estou com eles, para que eles não fiquem desanimados e desistirem da música. Estou sempre incentivando eles, ajudando no que eu posso ajudar”.
Novas
matrículas – O IBVM está com matrículas abertas para
aulas para iniciantes de violino, viola, contrabaixo acústico e contrabaixo
elétrico, com idades de 8 a 14 anos. Até o dia 15, serão abertas vagas para
coral infantil, musicalização infantil e outros instrumentos de sopro. Os
interessados devem entrar em contato pelo telefone 95 98123-1635.
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