MORMAÇO CULTURAL | Em duas noites, festival reuniu quase 100 mil no Parque do Rio Branco

Evento conquistou a população e ficou para a história da cultura roraimense


Shows musicais, mostra de cinema, espetáculo teatral, culinária regional e muito mais. Assim foi a segunda edição do Festival Mormaço Cultural, que reuniu milhares de pessoas no Parque do Rio Branco. Em dois dias de festa no principal ponto turístico da capital, quase 100 mil pessoas prestigiaram, vibraram e se emocionaram no evento que ficou marcado na vida da população.

Na segunda noite de festival no Parque do Rio Branco, artistas da terra e nacionais empolgaram o público em ambos os palcos. Sociedade de Esquina, DJ Andrezinho, Xamã, Duda Beat e Banda Dó3 fizeram a alegria do público na área do Palco Sol. Já no palco Lua, o som ficou por conta de Dark V8, DJ Chica Loca, Emicida, Bzack e Biquíni.

“Vimos as famílias se apropriando do Parque do Rio Branco, trazendo crianças pequenas, idosos, fazendo piquenique em plena praça pública, nos nossos gramados. É um festival realmente pensado para todos os públicos e dá um orgulho muito grande da gente poder ver o que o Mormaço se tornou”, disse o prefeito Arthur Henrique.


Palco Sol ferveu!

Xamã foi uma das atrações nacionais do Palco Sol


O “gramadão” do Parque do Rio Branco, onde foi montado o Palco Sol, foi tomado por uma multidão que prestigiou os shows incríveis de Duda Beat e Xamã. Os artistas, que até então nunca haviam se apresentado em Roraima, fizeram o público delirar com hits “estourados” e performances envolventes.

O rapper carioca Xamã, um dos grandes responsáveis por popularizar a cena do trap brasileiro para um público que, até então, não tinha muita intimidade com o gênero, levou para o Palco Sol aquele flow e a malícia do ‘malvadão’ que todo mundo adora. Com letras que falam do cotidiano das ruas, de amor e de temas atuais, o artista contagiou a galera com o que sabe fazer de melhor: rimar!

Xamã destacou suas raízes indígenas e celebrou sua primeira vez em Roraima. “O Brasil inteiro é um território indígena. Comecei meu resgate em 2020 e fiz um grupo com vários músicos e artistas para dar visibilidade a esse tema. Trazer um pouco de cultura, musicalidade, cosmologia e da espiritualidade desse tema. Eu acho que é o momento de reeducar todo o país sobre isso e estou buscando fazer isso com a música”, disse.

Já a pernambucana Duda Beat, que traz em sua bagagem a riqueza e a diversidade cultural do nordeste, fez todo mundo cantar e dançar ao som de grandes sucessos de sua carreira, como “Bichinho”, “Nem um pouquinho”, “Meu Pisêro”, “Meu Jeito de Amar”, “Tangerina” e outros hits que fazem da artista uma das grandes revelações atuais da música pop brasileira.

Duda Beat  


O destaque do show foi a participação da cantora da terra Anne Louise Sanfoneira, que junto com a artista, cantaram “Chapadinha na Praia”. Duda deu um breve spoiler sobre o seu terceiro álbum, que está por vir. “É um show para todo mundo cantar e curtir. O novo álbum terá ‘sofrência’, pois sou boa em escrever sobre isso, mas terá uma pegada mais enérgica”, disse.

Anne Louise Sanfoneira em dueto com Duda Beat


 

Artistas da terra dão show de entrega no Palco Sol

Sociedade de Esquina abriu os shows no Palco Sol deste domingo (1º)


A banda roraimense Sociedade de Esquina foi quem iniciou os trabalhos no Palco Sol. Fundada em 2019, o grupo levou para o festival suas influências da terra, com um repertório regado a estilos que vão desde o pop ao carimbó. Participando pela primeira vez do Mormaço Cultural, a vocalista Milena Macuxi falou da experiência em compartilhar seu trabalho com o público e de trazer pautas relevantes para eventos culturais.

“Foi incrível. Acho muito necessário nós, indígenas, ocuparmos espaços como esses. Somos resistência há mais de 523 anos. E trazer nossas raízes e identidade para todas as pessoas, para nós, como artistas, sentimos que temos essa missão de espalhar amor e comunicar pautas importantes”, ressaltou.

Quem encerrou a noite no Palco Sol foi a Banda Dó3, composta por estudantes do Curso de Licenciatura em Música da UFRR. Com muita alegria e animação, o grupo levou para o Mormaço Cultural 2023 muito pop, rock e MPB, fazendo um passeio por artistas variados, desde Pablo Vittar a Paramore. Entre os intervalos das bandas o DJ Andrezinho agitou a galera com aquele eletrônico regado a muita brasilidade.

Banda Dó3 proporcionou ao público novas "roupagens" de canções do universo Pop nacional e internacional




Palco Lua reúne diversidade musical

DarkV8

Era início da noite quando o Palco Lua foi tomado por distorções de guitarra. O som anunciava a primeira apresentação do Mormaço Cultural às margens do Rio Branco. A Banda Dark V8 embalou o público com vários clássicos do rock nacional, como Legião Urbana e internacional, a exemplo de Guns N’ Roses.

“É a primeira vez que a gente toca no festival e foi surpreendente. Demos o nosso máximo no palco e sentimos o calor do Mormaço e o carinho do público. Foi maravilhoso”, disse o vocalista Bruno Emanuel.

Também foi dia de dançar ao som da Dj Chica Loca que agitou o público com sucessos da música brasileira.

Terceiro artista a se apresentar, com atitude e uma mensagem social forte, o rapper roraimense Bzack chegou com muito funk, plug e trap, trazendo reflexões sobre o cotidiano, que envolvem desde as causas de minorias a conscientização por justiça e igualdade.


Bzack




Emicida e a turnê AmarElo no Mormaço Cultural  

Emicida mandou a "real" no Mormaço


Às 21h, pontualmente, o rapper Emicida subiu ao palco e fez uma apresentação espetacular para os fãs que aguardavam ansiosos por suas rimas e poesias. O artista paulistano trouxe a turnê “AmarElo” para Boa Vista e cantou hits como “Quem Tem Um Amigo (Tem Tudo)”, “Pequenas Alegrias da Vida Adulta”, “Levanta e anda”, “Ismália” (em homenagem ao povo Yanomami), entre outras músicas que abordam temas sociais, raciais e políticos.

Uma hora e meia de show foi o suficiente para emocionar a manicure Rosana dos Santos. “Era o show que eu mais aguardava do Mormaço. Atendeu todas as minhas expectativas”, declarou.       

Emicida saiu do palco agradecendo o público por fazer de suas canções parte da trilha sonora da vida de cada um.  


Biquíni: um show para nenhum fã botar defeito  

Biquini: "dinossauros" do rock nacional em plena atividade

Já era madrugada quando a banda Biquíni subiu ao palco e, como de costume, fez um show para fã nenhum botar defeito. Durante uma hora de apresentação, Bruno Gouveia e os integrantes da banda tocaram os grandes sucessos do grupo. Essa foi a quarta vez que o Biquíni tocou em Boa Vista. E a banda fez valer os dez anos de espera em um show cheio de carisma e muito Rock n’ Roll.

A professora Leidiane Nascimento, prestigiou o gênero musical que perpassa as novas e antigas gerações. "Foi sensacional! O Biquíni é uma das bandas que a gente mais ama. Assistir esse show com a minha família na nossa cidade agora é um sonho realizado”, contou.

Por Jaqueline Pontes | Marcus Miranda | Ràyra Fernandes - Prefeitura de Boa Vista

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