Turistas devem ter consciência e responsabilidade ao ocupar os espaços naturais, diz diretor do Detur

Os turistas devem seguir todas as recomendações necessárias de segurança sanitária

Há algumas semanas, no “feriadão” de 7 de setembro, algumas imagens circularam nas redes sociais mostrando uma quantidade excessiva de pessoas em locais turísticos como o Tepequem, em plena pandemia. O incidente trouxe grandes questionamentos sobre a importância de tomar uma atitude mais consciente nesse período em que as aglomerações devem ser evitas. 

O diretor do Departamento de Turismo de Roraima (Detur), Bruno Muniz, prestou alguns esclarecimentos e destacou que não apenas o poder público, mas também a população deve agir com responsabilidade no que se refere às visitações turísticas. Para ele, ainda há muitos desafios em Roraima para o ordenamento da atividade turística.

Segundo Bruno, sobram excessos dos visitantes, que não veem os limites legais estabelecidos. Muitos visitam os lugares sem uso de máscaras, não tomando os cuidados mínimos recomendados pelos órgãos sanitários. No entanto, ele ressalta que sem regulamentação e controle, não haverá transformação do modelo vigente.

“A pandemia não acabou, mas muitos não encontram qualquer obstáculo, nem mesmo em suas consciências para atentarem-se ao perigo. As pessoas anseiam por vivenciar experiências nos espaços naturais no Tepquém. No entanto, falta controle e não compete aos empreendedores locais controlar isso. Município e estado não atuam nesse sentido por falta de competência legal, já que a área citada ainda pertence à União”, disse.      

Aglomeração no Tepequém, no feriado de 7 de setembro |FOTO: Divulgação

Muniz explicou que depois da elaboração do Plano de Retomada do Turismo, foi necessária também a elaboração de nove protocolos de segurança, que vão desde hospedagem, até a atuação dos condutores locais. As agências de turismo, transportadoras turísticas, empresas e cooperativas de transporte também receberam as devidas recomendações.

“Todo esse nosso trabalho e cuidado visa orientar o setor produtivo e os profissionais com esses cuidados, como o distanciamento, o uso de álcool em gel, as máscaras para garantir o máximo de proteção e cuidado para as pessoas. E isso foi apresentado para todo o Estado de Roraima e também aos profissionais do Tepequém”.

 

Terras do Tepequém pertencem ao Governo Federal 

O repasse das terras da Gleba Tepequém a Roraima resolveria uma série de entraves na região 

Um dos principais entraves para o desenvolvimento na Serra do Tepequém repousa no repasse das terras do lugar, que oficialmente ainda pertencem à União. O Governo Federal tem feito todos os trâmites burocráticos para titularizar as terras e repassar a Roraima. Porém, enquanto isso não acontece, os condutores locais de turismo e o poder público encontram dificuldades em controlar a visitação.

Bruno explica também que, por falta de um ordenamento mais forte, ocorrem situações como esta das aglomerações desordenadas no Tepequém. Muitos acessam o lugar, principalmente as cachoeiras, sem a necessidade de um condutor e isso gera uma série de consequências.

“As cachoeiras são muito próximas, simples de acessar. As pessoas visitam uma vez ou duas com condutor e depois elas aprendem o caminho, começam a frequentar de maneira individualizada sem ajuda e sem assistência do condutor local. E isso é um problema. As pessoas acabam gerando muito lixo, o número de pessoas é muito grande, a experiência turística fica prejudicada em razão desse numeroso volume de pessoas”.

Bruno espera que a questão seja tão logo resolvida, uma vez que será possível o Governo, a Prefeitura de Amajari e as demais organizações envolvidas com o turismo local investirem mais na região e proporcionar aos turistas uma experiência ainda melhor.

“Todo esse controle vai surgir, toda essa questão de ordenamento do desenvolvimento desses recursos turísticos da região, elas serão superadas a partir do momento em que o Governo tiver a titularidade dessas terras e se isso for trabalhado dentro da política estadual de organização das terras, do licenciamento ambiental, das atividades econômicas que foram ser trabalhadas no Tepequem”. 

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