DIA DO JORNALISTA| A busca pela verdade e o combate às Fake News são os principais desafios da profissão

 

Seriedade, ética e compromisso com a verdade estão entre os principais pilares da atividade jornalística |FOTO: Frans Van Heerden/PEXELS

Hoje, dia 7 de abril, é comemorado o Dia do Jornalista. E em meio a uma batalha que envolve o combate às notícias falsas, a liberdade de imprensa e a valorização profissional, esse profissional tão essencial à democracia e à sociedade conta com grandes desafios, mas também muitas conquistas.

Não há dúvidas de que para a grande maioria dos profissionais da imprensa, fazer jornalismo é a realização de um sonho. É o caso de Robson Moreira, repórter e apresentador Rede Amazônica em Roraima, afiliada à Rede Globo. Ele conta que no interior de Goiás, sua terra natal, cresceu vendo seu pai trabalhar com jornalismo, tanto no jornal imprenso como no rádio. Porém, até o fim do Ensino Médio, ele ainda tinha muitas dúvidas sobre qual carreira seguir.

“Como sempre gostei de ler e escrever, além de ser fascinado pelo mundo da televisão, decidi que jornalismo poderia ser uma boa escolha. Terminei o Ensino Médio em 2008, e a partir daí, comecei a prestar vestibulares para jornalismo. Tentei algum tempo em Goiás e em Minas Gerais, onde também mora parte da família. Depois de seis tentativas, em vestibulares e no Enem, consegui minha aprovação na Universidade Federal de Roraima em 2015, quando me mudei para o estado. Em Boa Vista comecei a atuar na área logo nos primeiros semestres do curso. Me formei em 2020 e hoje estou há quase 5 anos na Rede Amazônica Roraima”, disse.

Ao longo desses nos de carreira, Robson já passou por diversas situações, comuns à atividade jornalística, em busca de boas histórias para contar. Mas talvez o momento mais crítico foi durante a cobertura das primeiras migrações em massa de venezuelano à Roraima, período em que o jornalista fez inúmeras transmissões, inclusive ao vivo, para os principais telejornais da TV Globo.  

Robson relata que, quando o Governo dos Estados Unidos enviou ajuda humanitária para a Venezuela, em 2019, houve uma grande mobilização em Pacaraima. Ele estava entre as três equipes de imprensa no local, pela Rede Amazônica e TV Globo. Para impedir a entrada dos caminhões com alimentos e remédios, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ordenou o fechamento da fronteira com o Brasil e a Colômbia.

“Em Pacaraima, mostramos o protesto de migrantes e refugiados que queriam que os donativos entrassem no país vizinho. Houve confronto entre manifestantes e militares venezuelanos, e durante uma entrada ao vivo para a GloboNews, precisei correr com o cinegrafista para nos proteger, já que os manifestantes começaram a lançar bombas caseiras contra os militares e os ânimos ficaram acirrados. Esse foi um dos momentos mais tensos que vivi no jornalismo até hoje”.

Robson Moreira, repórter e apresentador da Rede Amazônica, afiliada à TV Globo: "Ser jornalista é a realização de um sonho"


Como apresentador de telejornal, Robson elenca como maior desafio lidar com o tempo, uma vez que muitas vezes, é preciso trabalhar com um “dead-line” curto. O jornal que apresenta vai ao ar às 11h da manhã e muita coisa acontece em pouco tempo. “Por isso, checar as informações que nos chegam, apurar de forma correta, ouvir os dois lados da história, montar o espelho do jornal e logo depois ainda apresentar, é um grande desafio. Uma vantagem é o trabalho em equipe, que nessa área é fundamental. Outro grande desafio é saber filtrar essas informações em tempos de tantas fake news e interesses próprios”.

Constantemente, Robson recebe elogios por seu trabalho, mas também conselhos de pessoas que têm interesse em seguir a mesma profissão. A estes, o profissional é enfático: o mais importante é não desistir dos sonhos. Desde que chegou a Boa Vista, foram 6 anos tentando entrar numa faculdade de jornalismo. E para conseguir pagar seu aluguel enquanto estudava, precisou vender jornais no semáforo durante alguns meses.

“Hoje vivo algo que nunca imaginei que conquistaria tão cedo. Além de apresentador de um telejornal, também sou repórter de rede. Por isso, é preciso encarar desafios e nunca desistir, mesmo em meio a tantos obstáculos. Além disso, curiosidade, humildade, muita leitura, uma boa lista de contatos, vontade de aprender e se aperfeiçoar, são fundamentais. Seja no rádio, na TV, na Web ou em uma assessoria, sempre haverá espaço para um bom jornalista. A sociedade precisa da informação. E o jornalismo é algo fascinante. Uma profissão que requer profissionais dedicados, responsáveis e que amam o que fazem”. 

 

“Ser jornalista é cumprir um papel social”

Shirleia Rios, atual chefe de Jornalismo da Prefeitura de Boa Vista: "É preciso responsabilidade com a notícia e com as pessoas que vão recebê-la"


A jornalista Shirleia Rios percorreu um longo caminho até se consolidar na profissão. Atualmente, é chefe do núcleo de Jornalismo da Secretaria Municipal de Comunicação, da Prefeitura de Boa Vista. Mas desde pequena se identificou com a área, pois já considerava uma profissão apaixonante. “Pensei: vou ganhar dinheiro fazendo o que gosto: falando, escrevendo, contando histórias”, disse.

Mas, como todo início de algo, não foi nada fácil ingressar numa redação. “Assim que me formei bati em muitas portas e sempre ouvia a velha frase: ‘Precisa ter 6 meses de experiência’. E como eu teria, se ninguém me dava uma oportunidade? Eu sabia que era capaz, mas alguém precisava deixar eu mostrar isso”, conta.

A jornalista acredito que atualmente, um dos maiores desafios da profissão é lidar com as fake news. Pois, sem dúvidas, um jornalista precisa zelar pelo interesse público, checar a veracidade dos fatos antes de repassar. “Precisa ter responsabilidade com a notícia e com as pessoas que vão recebê-la”.

A jornalista, em duas entrevistas especiais: com a musicista e atriz Lucy Alves e com o maestro e pianista João Carlos Martins

Aos que pretendem ingressar no jornalismo, Shirleia tem um recado. “O primeiro ponto é você gostar e se identificar com a profissão. Ser jornalista é cumprir um papel social e você precisa ter consciência disso. Vai se deparar com muitas realidades, contar histórias e, a partir delas, ajudar as pessoas”.

Postar um comentário

0 Comentários