Além da formatura, outro momento marcante foi a entrega dos certificados aos participantes das duas turmas que integram a Oficina de Teatro da prefeitura |
O
espetáculo ‘Romeu e Julieta – entre o ouro e a lama’, apresentado nesta última
quinta-feira, 20, no Teatro Municipal, marcou a formatura da turma ‘Fernanda
Montenegro’, que levou ao palco uma releitura de um clássico de Shakespeare,
abordando temas polêmicos, como degradação ambiental e garimpo ilegal.
Além
disso, a noite também foi marcada pela entrega dos certificados aos
participantes das duas turmas que integraram a 1° Oficina de Teatro, ofertada
gratuitamente pela Prefeitura de Boa Vista. Na última semana, a turma ‘PauloGustavo’ também apresentou um espetáculo para a conclusão desta etapa dacapacitação.
Ambos
espetáculos foram coordenados e dirigidos pelo professor Marcelo Perez, que por
meio de metodologias de grandes nomes do teatro mundial, como Augusto Boal e
Viola Spolin, trabalhou junto aos alunos os chamados ‘jogos de atuação’,
envolvendo muita improvisação e contribuindo efetivamente para liberação da
energia criativa dos participantes.
A RELEITURA – O tema escolhido pela turma ‘Fernanda
Montenegro’ partiu dos próprios alunos, em rodas de conversa. Com diálogos
consistentes, dramáticos e em alguns momentos até bem-humorados, o romance
proibido entre Romeu e Julieta se passou em uma pequena comunidade, em meio à
natureza.
A
turma contou a história de duas famílias que viviam na mesma região, porém como
rivais. Ambas dependiam principalmente do rio como fonte de renda e
subsistência. Porém, a cada dia, se deparam com águas poluídas e peixes mais
escassos, atribuindo essa degradação um ao outro.
A
rixa aumenta, ainda mais, depois que Julieta e Romeu se apaixonam, deixando
suas famílias perplexas e indignadas. Porém, após descobrirem que a degradação
do meio ambiente está ocorrendo devido à atividade ilegal de garimpeiros, as
famílias se unem para expulsá-los. E como todo final feliz, Romeu e Julieta se
casam, mostrando que o amor, tudo vence.
A EXPERIÊNCIA – Amanda Batista, que interpretou ‘Julieta’ no
espetáculo, afirmou que nunca havia feito teatro. Ela destacou as inúmeras
contribuições da oficina para a vida pessoal. “O sentimento é de total
gratidão, pois foi uma experiência muito interessante e divertida. A gente se
torna mais leve no nosso dia a dia e sinto que contribuiu demais principalmente
na forma de me expressar, que está bem melhor”, disse.
Honylson
Cruz, o ‘Romeu’, contou que no ensino médio teve uma rápida experiência com
teatro, porém afirmou que a oficina abriu novos horizontes. “Saio daqui hoje
mais inspirado. O teatro me ajudou muito com a minha timidez, principalmente
com o público. A prefeitura está de parabéns pela iniciativa”, contou.
Saymon
Figueiredo já havia participado de alguns cursos e interpretou um dos chefes de
família, roubando a cena com um personagem consistente e de certa forma,
caricato. Para ele, uma experiência engrandecedora.
“Foi fantástico! Todo o processo de criação foi muito saudável, pois fomos acompanhados por um bom professor com boas estratégias técnicas, que até então não tinha visto. Quem faz e quem assiste arte passa a se entender e se conhecer melhor”, explicou.
OFICINA – A formação dos alunos representa um marco
histórico para a cultura do Estado. Cada turma participou de 20 encontros.
Foram 30 vagas oferecidas, divididas em dois grupos de 15 pessoas.
Por
se tratar de uma oficina de iniciação teatral, a ideia foi promover, com o
auxílio de dinâmicas, apresentações no palco em curto espaço de tempo. Agora,
as turmas formadas se tornarão uma só, passando para o nível avançado. Novas
vagas para iniciantes devem ser abertas em breve.
Colaboração: Marcus Miranda/Prefeitura de Boa Vista
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