Ygor Vieira busca apoio da comunidade para sua ida ao evento, considerado um dos maiores do segmento na América Latina |FOTO: Arquivo Pessoal
Com
apenas três anos atuando no segmento dos quadrinhos – mas uma vida inteira de
amor e dedicação a essa que é uma das artes modernas, o quadrinista roraimense Ygor
Vieira foi selecionado para participar da 12ª edição da Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (FIQ BH 2024), um dos
maiores eventos do gênero da América Latina e que vai acontecer entre os dias
23 e 24 de maio.
Segundo
o artista, a oportunidade surgiu a partir de conversas com outros amigos
quadrinistas da região sudeste, que o incentivaram a se inscrever no evento. Mesmo
sem qualquer pretensão, ele assim o fez e, pouco tempo depois, se surpreendeu
ao receber o e-mail da organização do evento confirmando sua participação.
Claro, para ele, o sentimento desde então tem sido de imensa alegria.
“Nós
somos do Norte e oportunidades como esta são muito pequenas. Então, estou muito
feliz e empolgado em poder mostrar que existe quadrinistas do Norte e que
existe uma cena de quadrinistas na região. Como um dos representantes daqui de
Roraima, ter essa chance é muito importante para mim e me sinto muito feliz e
orgulhoso com o meu próprio trabalho, que eu venho fazendo ao longo desses
anos. Serão dois dias de uma experiência incrível ao lado de artistas que são
conhecidos nacionalmente”, festejou.
Ygor apresentará na feira seu principal quadrinho, “Tropa Spike”, que apresenta Bob e Caco, dois irmãos treinados para uma missão da qual eles nada sabem e, à medida que vão se envolvendo em seus objetivos, são imersos em uma série de reviravoltas. A obra surgiu a partir de um projeto seu chamado “Criando fanzines”, onde demonstrava para crianças e adolescentes como suas próprias histórias com apenas uma folha de papel. O trabalho percorreu escolas da rede pública de ensino, inclusive em comunidades indígenas de Roraima.
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O artista leva o conhecimento sobre quadrinhos a crianças e adolescentes de Roraima |
“Eu ensinava as crianças a fazerem um origami que se transformava em um quadrinho, uma ‘fanzine’. Com isso, fui a várias escolas e fiz uma oficina no Palácio da Cultura para as crianças na biblioteca infantil. Foi uma experiência muito gratificante e orgulhosa para mim. Eu também fiz uma oficina na comunidade Raposa Serra do Sol, onde eu falava e as crianças descreviam o ambiente onde elas moravam por meio do desenho. Então, isso é uma coisa muito bonita. Foram projetos muito gratificante. É muito importante fomentar isso às crianças”.
Oficina de Quadrinhos ministrada por Ygor na comunidade indígena Raposa Serra do Sol
No
isolamento, surgiu a arte
Ygor: "Sou autodidata. Então, venho estudando sozinho, me interessando mais por essa arte”
O
quadrinista conta que sempre leu quadrinhos, desde a infância. Mas o interesse
em desenhar e criar histórias surgiu durante a pandemia de covid-19. Quando as
coisas foram melhorando e o mundo “reabrindo as portas”, Ygor se inscreveu em
um curso de quadrinhos no Sesc Roraima, ministrado pelo professor Rhafa Porto.
Daí em diante, sua vida mudou completamente.
“Aprendi
bastante com o professor Porto e a partir daí fui pegando mais gosto por quadrinhos.
Assim, fui comprando livros, que é minha principal fonte de conhecimento. Sou autodidata.
Então, venho estudando sozinho, me interessando mais por essa arte”.
Segundo
Ygor, entre suas principais referências dos quadrinhos no país estão artistas
como Rafael Calça, que recriou o “Jeremias”, personagem do Maurício de Sousa; o
Adriano Li, quadrinista do gênero underground; o Pablo Carranza, com quem teve
algumas conversas e que é CEO da editora Mau Gosto Corp; a Jessica Groke,
quadrinista de São Paulo, do gênero drama. E, claro, o Rhafael Porto, que foi
seu professor e que lhe ajudou bastante em seu início de carreira. E, partindo
para os internacionais, ele cita Stan Lee, Steve Ditko, além de mangakás como
Gege Akutami, como seus referenciais.
Em
busca de apoio
Para
garantir sua ida a Belo Horizonte, Ygor pede apoio da comunidade,
principalmente dos amantes de quadrinhos. Para isso, lançou uma campanha de
financiamento coletivo (https://www.vakinha.com.br/4684950) a fim
de arrecadar recursos para custear passagens aéreas, hospedagem, alimentação e
transporte. Toda ajuda será bem-vinda, ele garante.
“Busco
esse apoio da comunidade de Roraima, para que todos conheçam meu trabalho aqui
e em BH e saibam o quanto tenho contribuído com a cultura aqui em Roraima,
principalmente para a criançada e para os jovens terem acesso ao universo dos
quadrinhos. Conto com o apoio de todos”.
- Para
conhecer mais sobre o artista, basta acessar seu perfil no Instagram: @ygotz_.
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