"MEDALHA PENA DE OURO"| Alícia Bianca é premiada com a honraria em Manaus por sua produção cultural e artística

Artista plástica é a mais jovem roraimense a ser agraciada com a comenda honorífica, na categoria Criação Cultural e Artística, concedida pela Academia de Literatura, Arte e Cultura da Amazônia (ALACA) |FOTO: Lucas Carmin



A artista plástica Alícia Bianca Fernandes Silva, 19 anos, acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Roraima, é a mais jovem roraimense a ser agraciada com a comenda honorífica Medalha Pena de Ouro na categoria Criação Cultural e Artística, concedida pela Academia de Literatura, Arte e Cultura da Amazônia (ALACA). A premiação ocorreu na noite do dia 27 de outubro de 2025, no Hotel Da Vinci, na cidade de Manaus-AM.

Essa premiação é conferida no âmbito das atividades da Academia de Literatura, Arte e Cultura da Amazônia. Para conceder a Medalha, a comissão julga o mérito da produção publicada, a originalidade, a contribuição para o conhecimento e a representatividade cultural ou regional.

A Medalha Pena de Ouro é instituída pela ALACA com a finalidade de homenagear autores, pesquisadores, artistas e intelectuais que tenham obras ou produções de relevante valor cultural, literário, científico ou artístico voltadas à valorização da Amazônia.

"Sinto uma emoção indescritível e uma enorme motivação, pois reforça o meu papel como jovem artista e futura profissional da arquitetura que deseja valorizar o nosso olhar nortista. Essa comenda honorífica reforça que estou trilhando o caminho certo na originalidade das minhas artes. É a prova de que a nossa juventude na Amazônia tem voz, tem arte e tem um futuro brilhante a ser construído", diz Alícia.

A Medalha Pena de Ouro é instituída pela ALACA com a finalidade de homenagear autores, pesquisadores, artistas e intelectuais que tenham obras ou produções de relevante valor cultural, literário, científico ou artístico voltadas à valorização da Amazônia  |FOTO: Lucas Carmin




"Quero que minha arte conecte o público à riqueza da memória e da vida amazônica", diz artista

"Sendo uma artista jovem e autodidata em prol da regionalidade, também tenho intenção de estimular uma nova geração de artistas roraimenses a explorar e exaltar suas raízes" |FOTO: Willamys Barros



Desde o dia 17, Alícia está com uma exposição de arte aberta no Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário de Roraima, intitulada “Identidade e cultura: Roraima e suas singularidades”, assinada por ela, onde conta com cinco artes que não foram expostas anteriormente, tendo a marca da regionalidade presente nas criações da artista. Ela destaca que seu propósito é de sempre contribuir para a divulgação e valorização da cultura de Roraima, tanto dentro quanto fora do estado, levando essa identidade regional para mais pessoas.

"Sendo uma artista jovem e autodidata em prol da regionalidade, também tenho intenção de estimular uma nova geração de artistas roraimenses a explorar e exaltar suas raízes. Quero que minha arte conecte o público à riqueza da memória e da vida amazônica, utilizando uma estética contemporânea que dialoga com a arte global", disse. 

Ela falou ainda sobre seu processo criativo, que começa a partir da observação atenta do cotidiano e das paisagens que lhe cercam. "As texturas, as cores vibrantes do pôr do sol no lavrado, os grafismos indígenas e a nossa indescritível biodiversidade são meu fascínio e minha fonte de ideias artísticas. A inspiração é ligada à memória afetiva e à identidade territorial. Eu busco traduzir essa realidade em formas e cores de maneira única e original, transformando elementos visuais e emocionais em uma linguagem plástica contemporânea".

Sendo estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRR, Alícia ressalta que a união do conhecimento acadêmico com sua vivência enquanto artista tem lhe aprimorado sua visão, o que influencia positivamente em suas obras e trabalhos. "Minha experiência com as artes plásticas me proporciona uma criatividade aguçada em Arquitetura e Urbanismo e uma visão mais crítica para criar espaços que dialogam com o contexto local. Tenho um olhar mais sensível ao espaço e acredito que a arquitetura é essa ponte que liga a funcionalidade técnica à experiência humana. Quando me tornar uma profissional da arquitetura, quero proporcionar espaços que dialoguem com os pilares de conforto ambiental e que valorizem a cultura local". 

Projetos - A arista afirma que seguirá firme com seu trabalho, sempre movida pela intenção de aprofundar sua pesquisa sobre a regionalidade e, ao mesmo tempo, expandir o acesso à arte, especialmente para as novas gerações. Assim, uma de suas metas é organizar uma exposição voltada para a região norte do Brasil.

"Tenho a alegria de estar planejando um livro que também valoriza a regionalidade, mas com foco em crianças e adolescentes, utilizando a arte e a narrativa para apresentar elementos da cultura e do ambiente nortista de forma lúdica e educativa. Além disso, pretendo também continuar o meu projeto de oficina que se chama “Em uma folha qualquer eu desenho", incentivando jovens a iniciar na arte com materiais acessíveis, provando que a criatividade não tem barreiras financeiras e que a arte pode ser feita com o que está ao nosso alcance".


Mais sobre a artista - Alícia Bianca, artista plástica autodidata, nascida em Boa Vista – Roraima. Iniciou na arte aos 12 anos e, atualmente, é acadêmica de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Roraima, além de atuar como artesã e modelo.  No decorrer de sua trajetória, desenvolveu diferentes técnicas e estilos, transformando a arte contemporânea em um processo criativo que conecta identidade

cultural, memória afetiva e paisagem amazônica. Conquistou 17 premiações em concursos de desenho ao nível regional, nacional (São Paulo e Rio de Janeiro) e internacional (Portugal e Itália). Suas obras já ilustraram o Estatuto da Criança e do Adolescente de Roraima (em português e espanhol), além de livros de ficção e materiais editoriais. Em abril de 2025, tornou-se a mais jovem roraimense imortal da Academia de Literatura, Arte e Cultura da Amazônia (ALACA), ao assumir a cadeira n.º 329. 

A 1ª Exposição Individual Identidade e Cultura: Roraima e suas Singularidades foi realizada no período: 10 a 28/02/2025, na Galeria Franco Melchiorri no SescRR Mecejana, financiada pela Lei Paulo Gustavo e Governo Federal do Brasil por meio da Secretaria de Cultura de Roraima.

Essa Mostra Itinerante está exposta em outro formato e com 5 artes inéditas, desde 17 de outubro de 2025, no Centro de Memória e Cultura do Poder Judiciário de Roraima, em homenagem aos 37 anos de criação do estado de Roraima. A visitação é de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. A mostra tem o apoio do CMC e TJRR.



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