Casa Bandeirantes, um dos primeiros "supermercados" de Boa Vista





Prédio comercial construído em 1898, para abrigar a firma J.G. Araújo, responsável por comercializar mantimentos entre a Província do Rio Negro (atual Amazonas) e a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo (Boa Vista). Está localizada no fim da avenida Jaime Brasil, cruzamento com a av. Floriano Peixoto. 

Posteriormente, foi vendida para o comerciante e empresário libanês Said Salomão, passando, em novembro de 1928, a denominar-se “Loja Bandeirante”. Com arquitetura colonial, o prédio foi tombado pela Prefeitura municipal em 15 de outubro de 1993 e, atualmente, é anexo à uma unidade das Lojas Americanas (por pouco não foi destruída por completo, sendo preservada apenas a parte exterior do prédio).


Casa Bandeirantes hoje, anexa às Lojas Americanas (foto: Andrezza Mariot)

Curiosidade: Há uma lenda que diz que a Casa Bandeirantes chegou a ser assaltada, em 1942, por um bando chefiado por René Belbenoit, o homem que dizem ter sido o verdadeiro Papillon, famoso fugitivo condenado que escapou da Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, cuja história chegou a ser retratada nos cinemas. Eu digo “lenda”, porque tanto a história do roubo quanto a própria figura de René são contestadas.


Quem foi J. G. Araújo 


J.G. Araújo
Radicado em Manaus aos 11 anos de idade, vindo de Portugal com os irmãos em 1871, atuou ativamente em praticamente toda a Amazônia no ramo varejista e no processamento de borracha e castanha. 

Em Roraima, foi criador de gado, proprietário de diversas fazendas em todo o Estado e, através de armazém (a Casa Bandeirantes), trazia para o Estado produtos vindos de Manaus e da Europa.

O empresário também patrocinou o documentário de longa-metragem “No paiz das Amazonas”, filmado em 1921 por seu filho Agesilau Araújo e pelo fotógrafo e cinegrafista luso-amazonense Silvino Santos.

Em Manaus é possível encontrar várias de suas famosas propriedades. A mais famosa, a casa onde morou no Centro de Manaus, fica ao lado do Teatro Amazonas, onde atualmente funciona como espaço cultural vinculado da Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas.

Chegou a ser agraciado pelo Reino de Portugal com a Comenda da Ordem de Cristo, devido aos seus préstimos à nação lusa. Morreu no ano de 1940.


Vista interna de uma das lojas de J.G. Araújo, na rua Marechal Deodoro, centro de Manaus


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